segunda-feira

Mãe Frida, rascunho I

Que se te fragmentou, Frida?
Quem te quebrou a coluna com os dedos?
Quem te pisoteou a carne,
Deixando-te assim, adornada
Em faixas, livre de sonhos ou medos?

Que se te fragmentou, Frida?
E que mão malvada te deformou
o rosto, Te rasgou o lábio,
Te rompeu o ventre?
Quem te desfez o corpo que o doutor não cura
Por muito que tente?

Que se te fragmentou, Frida?
As vértebras despedaçadas e escondidas,
Agrupadas em ti em arcadas de ruínas?
O teu útero seco e mutilado
Que nunca carregou o teu menino,
Apenas serve para o pecado?
O fogo de vida nos teus olhos carvão?
Ou o peito onde um dia te bateu o coração?

1 comentário:

fidos disse...

estava com saudades de ler coisas tuas, Vanny. és mortífero-mórbida.


[facto extra, a verificação de palavras para este comentário apresenta a seguinte combinação de letras: COONA]