sete e vinte e quatro marca o relógio digital. Casa, banho, mente esvaziada enquanto o corpo é limpo. deus, deus, deus, que estranho invocar-te agora, deus que se existisses serias a Ilyena, dos Mars Volta, que me inunda os sentidos e me deixa a flutuar. oh, sim, como jesus sobre as águas. e sinto-me religiosa,sinal da acumulação de horas de sono por dormir... sono que não vens e que tanta falta tua tenho! sono, sono, sono, sono e sonhos, daqueles de menina, com princesas e dragões e o principe encantado no fim do arco-íris... puffffffffffffffffffffffffff
shiuuuuuuuuuuuuuu. cala-se a voz na minha mente e a Vicarious Atonement. ergue-se alto o som das gaivotas, coitadas que em três meses nunca as ouvi, como os sentidos se vão despertando em mim, deuses!, gaivotas infelizes, tão longe do mar e tão perto da autoestrada, gaivotas, mais cantadas do que eu alguma vez serei, pobre ser [e lá fora os carros não param, vrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr, velozes, na sua velocidade de bestas metálicas e reluzentes do novo mundo].
e já toda a euforia se esvai, galopa a melancolia na minha direcção.. não, não, não, vai-te que hoje sou amada e frágil e feliz...
e para quê a melancolia e a tristeza se a vida me deixa a cada segundo, mesmo que eu, em vão, a tente apanhar, a todos os fotões de juventude que o meu corpo emite. oh, pobre corpo, com tantos fotões ainda por emitir e que me parecem tão poucos. não, não, vai-te, vai-te, e a euforia debate-se e esbofeteia-a, e já uma briga de mulheres por um amante parece, e eu, marido/namorado infiel que sou, a isto assisto sem nada fazer senão quase desesperar. e, como sempre acontece, enquanto as minhas concubinas se debatem, eis a serenidade que chega, cheirando a jasmim e a flor de laranjeira, vestida do seu odor... E me arrebata.
[Tantos "E"s, triste sina. E esqueci-me das maiusculas.]
Around the one i love
Há 12 anos
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